4 gatilhos mentais que dificultam o processo de mudança.
O processo de mudança, seja pessoal ou organizacional, é frequentemente desafiador e pode acarretar diferentes gatilhos mentais a depender do momento e do perfil do indivíduo que passa pelo processo.
Logo, são diversos os fatores que podem influenciar a resistência a essas transições, dentre os quais podemos destacar tanto o medo, propriamente dito, quanto a aversão a tudo que é diferente.
Nesse ínterim, os gatilhos mentais geradores dessas condições podem ser compreendidos, em suma, como mecanismos psicológicos que, muitas vezes, operam de forma subconsciente, tornando a adaptação e a aceitação de novas realidades um verdadeiro obstáculo.
Portanto, facilitar o seu entendimento sobre a manifestação dessas sensações e sentimentos, deixo, neste artigo, quatro gatilhos mentais que dificultam o processo de mudança, na esperança de que, ao menos, esse problema nunca mais torne a atrapalhar a sua vida.
Sendo assim, vamos a eles!
1. Aversão à perda: um dos mais comuns gatilhos mentais
A aversão à perda é um fenômeno onde a dor de perder algo é psicologicamente mais intensa do que a alegria de ganhar algo de valor semelhante.
Não entendeu? Então, nesse caso, vou exemplificar:
Já foi indicado por algum conhecido a um emprego e, ao passar na entrevista, entrou em crise ao pensar que talvez fosse melhor continuar no seu emprego atual?
É uma sensação horrível não é mesmo?
No entanto, essa dúvida não é rara e já assombrou, ao menos uma vez, muitos indivíduos.
Afinal, dos gatilhos mentais que abordaremos hoje, a aversão à perda é um dos maiores obstáculos no processo de mudança, pois, quando consumidas por ele, as pessoas tendem a focar mais no que podem perder ao invés de considerar os potenciais ganhos.
Nesse cenário, é importante destacar que é normal termos dúvidas, assim como é normal evitarmos a mudança uma vez ou duas. Porém, devemos nos manter alerta, principalmente quando esses quadros se repetem continuamente e sempre diante de decisões importantes.
Mesmo porque, para mudar é preciso se arriscar, o que pode, inevitavelmente, significa deixar para trás algo que traz a sensação de conforto e segurança. Ademais, combater esse problema, por mais que seja difícil, é uma ação totalmente necessária.
2. Viés de confirmação: o terror dos gatilhos mentais
O viés de confirmação é a tendência de buscar, interpretar e lembrar informações de uma maneira que confirme nossas crenças e hipóteses preexistentes.
Por exemplo:
Se todos ao seu redor adotaram determinado padrão de comportamento e sentem-se acolhidos por fazer uso dele, muito provavelmente, para fazer parte do grupo, você reforçará esse comportamento e desenvolverá esse mesmo hábito.
No entanto, cabe evidenciar que durante processos de mudança, este é um dos gatilhos mentais mais perigosos.
Pois, ele tem o poder de fazer com que indivíduos e grupos ignorem evidências que favorecem a mudança e deem maior peso às informações que sustentam o status quo.
Ou seja, diante do bem-estar coletivo oriundo do que é comum, todos passam a temer o diferente, o que afasta, substancialmente, o surgimento de qualquer tipo de mudança, seja essa individual ou grupal.
Logo, esse viés, ao tornar-se um hábito, pode ser particularmente prejudicial, principalmente em situações onde a inovação é crucial. O que pode levar a uma estagnação e à repetição de erros passados.
3. Efeito do status quo: o mais “discreto” entre os gatilhos mentais
O efeito do status quo é a preferência por manter as coisas como estão, ao invés de alterar o estado atual das circunstâncias.
Nesse ínterim, é interessante destacar que esse é um dos gatilhos mentais que poucos caracterizam como um gatilho propriamente dito.
Afinal, “deixar tudo como está”, no geral, costuma ser visto mais como um comportamento relacionado a características pessoais do que como um bloqueio frente à mudança.
Entretanto, esse gatilho é tão prejudicial quanto os citados anteriormente, pois além de criar uma “inércia psicológica”, é um dos gatilhos mentais mais poderosos quando o assunto é dificultar a mudança.
Nesse contexto, para facilitar a visão do estrago que ele pode proporcionar, pode-se citar, como exemplo, alguns perfis de pessoas (e talvez você conheça algumas similares) que preferem a familiaridade e a estabilidade, mesmo sabendo que a mudança poderia trazer melhorias significativas para suas vidas.
Em outras palavras, sabe aquele amigo que poderia fazer fortunas com o talento que possui, mas prefere viver com o que tem?… Ou aquele parente que nasceu com o dom da transformação, mas prefere não transformar nada?
Eu acredito que nesse exato momento você já deva ter alguém em mente que se encaixa perfeitamente nessas descrições.
Logo, deve ter percebido, também, que esse efeito é evidente em situações onde a mudança exige uma reavaliação dos processos existentes.
Contudo, para os casos citados acima, sabemos que isso só é possível diante do enfrentamento à resistência inerente a alterar algo que já está estabelecido e aparentemente funcionando. Mudança de comportamento e paradigmas que nem todas as pessoas, infelizmente, estão dispostas a fazer.
4. Medo do desconhecido: um dos gatilhos mentais mais difíceis de controlar
O medo do desconhecido é um gatilho mental profundamente enraizado que provoca ansiedade e incerteza em relação ao futuro.
Talvez, por esse mesmo motivo, seja um dos gatilhos mentais mais fácil de ser detectado e o que mais acomete os indivíduos. Pois, considerando o mundo competitivo no qual vivemos hoje, é muito fácil se perder diante do medo da mudança e da insegurança trazida pelo desconhecido.
Por essa razão, esse medo costuma paralisar iniciativas de mudança, criando inseguranças sobre os resultados e sobre consequências que não podem ser previstos ou controlados.
Sendo, portanto, um gatilho particularmente visível em cenários de mudança radical, como a adoção de novas estratégias de mercado, a mudança de cargo, carreira ou emprego, ou a reestruturação organizacional, onde os indivíduos preferem manter o que já conhecem ao invés de se arriscar no novo e desconhecido.
Agora que você já sabe quais são os gatilhos mentais que mais prejudicam o processo de mudança, me conta:
Qual deles você precisa ou já precisou superar?
Divida comigo sua experiência!
Sirlei Stocchero – Mentora Internacional