Autoconhecimento vem da junção das palavras “auto” + “conhecimento”. Separadamente o prefixo “auto”, de origem grega, significa “a si próprio”, já a palavra “conhecimento” refere-se ao “ato de conhecer alguma coisa, seja por meio de nossos processos mentais ou da experiência”. É, portanto, o ato de conhecer a si mesmo através de pensamentos e ações que possibilitem a criação de uma conexão com o seu próprio ser.
Dada a origem da palavra, agora conseguimos compreender porque o autoconhecimento é considerado tão importante para alcançarmos o sucesso profissional e pessoal, não é mesmo?
Ficou na dúvida? Então me acompanhe neste raciocínio…
Durante grande parte de nossas vidas, mas principalmente, quando estamos a caminho da vida adulta, é normal sentirmos certa angústia diante das nossas indecisões e medo do futuro. O período da adolescência, época marcada por diversas crises de identidade e desvios de comportamento, traz tanta insegurança e confusão que, muitas vezes, desejamos retroceder ou acelerar o processo, simplesmente para evitar todas as conexões que precisamos acertar entre nossos corpos, mentes, crenças e valores. Fisicamente, não gostamos de partes do nosso corpo ou do nosso corpo como um todo, sentimentalmente, nos sentimos deslocados, criamos atritos na família, e tudo isso porque somos consumidos por uma quantidade tão grande de hormônios, informações e cobranças (na maior parte das vezes criadas por nós mesmos), que torna-se quase impossível passar por esta fase sem algum tipo de desconexão interna. E isso é comum e extremamente natural. Nesta fase, nos sentimos adultos quando desafiados, mas incrivelmente dependentes quando precisamos tomar uma decisão importante, pois nossos corpos e mentes estão formados, mas ainda nos falta experiência de vida, autoconhecimento e maturidade.
Ao chegarmos na vida adulta, escolhemos uma profissão, seguimos uma carreira e lidamos com os mais diferentes problemas e desafios, motivo pelo qual, é necessário que haja um preparo ou uma base sólida que suscite dentro de cada indivíduo o interesse de conhecer a si próprio através da criação de um contato mais íntimo com suas aspirações, dons, vocação, defeitos e objetivos futuros.
1. A pessoa e suas aspirações: A palavra “aspiração” tem relação direta com algo que desejamos conquistar. É necessário saber o que realmente quer, ter metas, fazer planos, organizar etapas para só então conseguir alcançar um sonho. A aspiração é, em suma, o anseio que move o indivíduo para o resultado.
2. A pessoa e seus dons: Tudo aquilo que sabemos que fazemos bem (e somos elogiados por fazer bem), seja de forma natural ou através de anos de aprimoramento, é um dom. Dons são talentos individuais que diferenciam nossas habilidades daquelas apresentadas por outras pessoas. O sujeito que conhece e reconhece com orgulho seus dons tem maiores chances de alcançar o autoconhecimento.
3. A pessoa e suas vocações: Aquele que tem vocação, tem, por sua vez, propensão, tendência ou uma inclinação natural que o encaminha para a realização de alguma coisa. É como um chamado pessoal que leva o indivíduo a fazer escolhas de acordo com aquilo que lhe toca o coração. Podemos exemplificar da seguinte maneira: uma pessoa que escreve lindamente, tem vocação literária, outra que encanta a todos com o som da sua voz, tem vocação para o canto, sendo assim, cada indivíduo apresenta uma ou mais vocações que lhe indicam caminhos a serem trilhados. Quem sabe sua vocação tem um maior direcionamento relacionado a quem é, e sobre tudo que deseja conquistar.
4. A pessoa e seus defeitos: Não existe no mundo nenhum ser de carne e osso que seja perfeito. Nós humanos somos imperfeitos e é através da imperfeição que aprendemos a nos conhecer e melhoramos nossa relação com tudo o que somos, que precisamos aperfeiçoar ou corrigir e que representamos diante de nós mesmos ou de outras pessoas.
5. A pessoa e seus objetivos futuros: Quem é capaz de aceitar e reconhecer seus dons, aspirações, vocação e defeitos, aprende a lidar melhor com os elementos que formam a sua personalidade e descobre formas mais eficazes de escrever as linhas que formarão as páginas do livro que conta a sua história. A conquista de objetivos exige não só o estabelecimento de metas, mas também o controle sobre ações e emoções que acompanharão cada desafio e obstáculo que serão enfrentados pelo caminho. Quanto maior o autoconhecimento, maiores serão as chances de se alcançar, mais rapidamente, todos os objetivos traçados.
Mas infelizmente, a vida não segue de acordo com tudo aquilo que deseja o nosso coração e na maioria das vezes, a escolha da profissão ou carreira não tem a ver com vocação, dom ou aspiração, mas sim com oportunidade e necessidade. Pense bem…
Quantas vezes você já ouviu alguém se queixar da profissão que escolheu ou observou pessoas ficarem doentes por questões relativas ao trabalho? Isso não ocorre somente por escolha pessoal ou consciente. Em alguns casos, a vida torna-se tão difícil que os indivíduos vão seguindo entre um problema e outro, e mesmo vivendo miseravelmente infelizes, não percebem que o que lhes falta é autoconhecimento e autoamor. Afinal, quem tem tempo de conversar com o seu interior quando já não consegue nem ao menos conversar com aqueles que são do seu convívio? Conhecer a si mesmo demanda esforço, dedicação, ao mesmo tempo em que exige o reconhecimento da necessidade por parte daquele que a experencia. O indivíduo precisa compreender que nunca será feliz em determinada carreira, buscar no seu íntimo por respostas e aceitar que somente por meio de uma mudança de direcionamento conseguirá alcançar algo dotado de significado e que trará sentido à sua vida.
Nestes casos o melhor caminho é sempre começar por perguntas simples e ir aos poucos aumentando o nível de complexidade: O que gosto de fazer no meu tempo livre? O que eu gostaria de aprender? O que sei que faço bem? O que tenho facilidade para aprender? Por que escolhi este caminho? O que preciso descobrir sobre mim antes de tentar mudar de profissão? Que bloqueios eu carrego hoje que me impedem de seguir firme rumo à conquista dos meus objetivos? As questões nunca serão as mesmas, afinal, nenhum indivíduo é igual, sendo assim, é necessário ter calma, ser paciente, pedir ajuda e permitir que a busca aconteça naturalmente, felicitando-se por cada “clique” que surge à mente, revelando uma nova resposta.
A busca por autoconhecimento é cheia de questionamentos, mas por sorte, aos poucos, cada resposta se revela e traz consigo um mundo cheio de oportunidades. Portanto, ninguém precisa seguir um caminho ou uma carreira que só traz infelicidade para todo o sempre por conta de uma determinada condição ou situação. A vida acontece em ciclos e a cada ponto completado, sempre surge um revés que pode nos mostrar uma nova estrada ou trilha, que mesmo difícil, cheia de ondulações e buracos mostrará ao seu final, que para toda mudança há um resultado e para todo esforço sempre haverá uma recompensa.
E quanto a você: quantos começos já teve até alcançar o autoconhecimento e descobrir qual a sua vocação e qual carreira nasceu para seguir? Me conta nos comentários!
Sirlei Stocchero – Mentora Internacional