Você se autorresponsabiliza pelas consequências de seus atos?

Autorresponsabilidade é admitir a culpa pelos seus atos e tomar para si a responsabilidade de resolver todos os problemas ocasionados a partir deles. É deixar de transferir a culpa a terceiros, buscando aprimorar a si mesmo através da autoaceitação e do autoconhecimento.

Ao observamos nossas forças, fraquezas e imperfeições conseguimos compreender melhor o motivo de nossas ações. Assim, descobrimos novas formas de lidar com as consequências de nossos atos e decisões. Por isso é comum ouvirmos falar que a autorresponsabilidade exige muito esforço e dedicação. Enquanto que o hábito de culpar condições, situações e terceiros é muito mais simples. Mas, é importante destacar que por mais que a segunda opção seja mais fácil e simples, por não representar uma solução permanente para o problema, nunca será capaz de aliviar nossa consciência diante dos deslizes e do desgaste gerados pela negação e falsa libertação da culpa.

Logo, podemos perceber que o hábito de transferir a culpa é, de certa forma, um inibidor para a nossa evolução. Afinal, um indivíduo incapaz de aceitar suas falhas, dificilmente conseguirá encontrar meios de eliminá-las e nunca obterá aprendizados a partir delas. Mesmo porque, todo hábito adquirido e alimentado ao longo prazo só pode ser perdido por meio do esforço e da mudança. Se não há o desejo de mudar, não existem perspectivas para mudança.

Quais os benefícios da autorresponsabilidade?

Quando aprimoramos nossa autorresponsabilidade assumimos um maior controle sobre tudo aquilo que nos cerca. Aprendemos com os infortúnios da vida e eliminamos barreiras que prejudicam nossas relações interpessoais. E passamos a ter uma maior consciência sobre quem somos e sobre como os outros são.

Nos tornamos mais gratos para com os outros e mais compreensivos e carinhosos diante de nossos erros e pontos de melhoria. Assim, evitamos conflitos no ambiente de trabalho e em casa e agimos com mais humildade, pois admitimos nossos desvios e buscamos por reparação. Demonstramos, portanto, respeito aos nossos próximos e elevamos nossas chances de crescer e evoluir a partir da nossa ascendência interior.

Como desenvolvemos nossa autorresponsabilidade?

Como dito acima, o desenvolvimento da autorresponsabilidade requer a mudança de hábitos, comportamentos e atitudes. Quando exercitamos nossa autoconsciência passamos a assumir responsabilidade pelos nossos atos. Controlamos impulsos e somos mais cuidadosos em momentos que exigem uma decisão.

Refletimos antes de agir e adquirimos a disciplina necessária para controlar hábitos irregulares e prejudiciais. Deste modo, passamos a entender nossos resultados e alteramos os elementos que inviabilizam nossas conquistas. Mudamos aos poucos por dentro e transformamos para melhor tudo que está para fora. E isso só é possível, graças aos aprendizados e à adoção de novas ações, mais conscientes e precisamente direcionadas.

Seguindo esta lógica de raciocínio, o mais comum agora seria elencar as Leis da Autorresponsabilidade, mas acredito que para alcançar este estado de consciência precisamos, antes de tudo, adquirir habilidades que nos remetam a mudanças permanentes de comportamento. Por isso, elencarei abaixo as principais habilidades necessárias para o aperfeiçoamento da autorresponsabilidade. Então vamos a elas:

1. Descubra formas de controlar seus impulsos interiores

Como a responsabilidade tem relação direta com a sensação de controle sobre nossas vidas, o ideal é direcionarmos um caminho a partir de tudo aquilo que guardamos em nosso interior. Temos que criar a certeza de que somos os únicos responsáveis pelos nossos pensamentos, emoções e ações, desviando todo o foco do ambiente externo. Um bom começo é minimizar nossas feridas interiores, assumindo aos poucos a culpa por nossos erros. Por exemplo: ao invés de dizer algo como: “Ele é um filho ruim”, podemos retomar às memórias de nosso passado e buscar por retratação, dizendo para nós mesmos, “eu falhei em alguns aspectos como mãe, mas vou melhorar”.

2. Cuide mais de você

Dê mais atenção às suas necessidades, cuide do seu corpo, da sua mente, atente-se à sua saúde e busque ter uma vida mais equilibrada. Se seus pensamentos e sentimentos tem prejudicado a sua evolução, procure ajuda profissional, assuma em que precisa melhorar e aprenda a ser mais justo consigo mesmo. Muitas vezes carregamos tanta culpa por atos do passado que esquecemos de viver o nosso presente e planejar o futuro. E isso é prejudicial não só para a mente, mas também para corpo. Portanto, mude, mas comece cuidando de você.

3. Preserve e melhore seu auto-sustento

Reserve um tempo, todos os dias ou pelo menos uma vez por semana, para realizar atividades que te deixem feliz. A alegria eleva nosso estado de espírito e equilibra nossa condição emocional. Posto isto, altere sua rotina e faça um pouco mais de tudo aquilo que te faz bem. Saia com amigos ou com a família, viaje, medite, leia livros e crie hábitos que possibilitem o seu crescimento pessoal. Cultive relacionamentos saudáveis e ande somente na companhia de pessoas que desejam o seu bem. Este é um recurso que melhorará sua disposição e te protegerá do esgotamento físico e emocional.

4. Seja honesto consigo mesmo

Perceba e assuma o que você sente, mesmo diante de sentimentos e emoções negativas como culpa, decepção, raiva, vergonha ou tristeza. Quando tentamos entender a origem daquilo que sentimos, conseguimos controlar nossas atitudes e evitamos o descontrole gerado por ações impulsivas. Tais ações corresponderiam ao oposto do que desejamos alcançar em termos de autorresponsabilidade, sendo assim, honestidade é uma habilidade a ser cultivada.

5. Aceite suas falhas e imperfeições

Tente não ser tão rígido consigo mesmo. Nem todo erro é uma falha pessoal. Não permita que julgamentos, desaprovações ou opiniões alheias inibam suas ações, te façam desistir dos seus objetivos ou te levem ao desgaste por tentar sempre ser melhor em tudo o que faz. Temos que ser melhores diante de quem somos hoje e não para alcançarmos aquilo que outros esperam de nós. Geralmente, isso gera frustração e a transferência da culpa a terceiros como forma de fuga à responsabilidade.

Um resultado ruim, é só um resultado ruim. Portanto, devemos sempre nos lembrar de que resultados negativos não dão significado a quem somos, e que não somos ruins por não termos alcançado aquilo que esperávamos, da forma que esperávamos. Tudo vai melhorar, mas para isso, precisamos refletir sobre nossos erros e encontrar novas formas de conduzir nossas ações.

6. Desenvolva-se a partir de restrições

Se o problema não pode ser resolvido e se a situação não pode ser mudada, não se martirize. Ao longo de nossas vidas, passamos por crises e acontecimentos complexos e quando aceitamos que nem sempre conseguiremos consertar o problema, mudamos nossa perspectiva, ampliamos nossa visão e exploramos novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento.

Às vezes encontramos a resposta para o que nos prejudica através da descoberta de um novo caminho ou possibilidade, sendo assim, a restrição e a não solução de um problema também podem contribuir para a nossa evolução.

7. Tente criar o hábito da autorresponsabilidade

A autorresponsabilidade não aparece por conta própria e sempre exigirá esforço para ser conquistada. Se é assim, a melhor alternativa é treiná-la como um hábito, como se estivesse exercitando um músculo. Comece aos poucos, assumindo pequenas falhas, desculpando-se com os outros e perdoando a si mesmo e vá devagarinho direcionando suas atitudes. Precisamos estar sempre atentos às nossas emoções. Só assim, somos capazes de perceber quando nossos impulsos disparam e passamos a assumir o controle e a liderança sobre nossas vidas.

E quanto a você: o que faz para aprimorar a sua autorresponsabilidade?

Me conta nos comentários!

Sirlei Stocchero – Mentora Internacional