Síndrome de Gabriela: a vilã do desenvolvimento pessoal

Já ouviu falar na Síndrome de Gabriela? Não… então, vamos primeiro nos situar no assunto para depois conversarmos um pouquinho melhor sobre esse mal que aflige muitas pessoas.

Em 1975, Dorival Caymmi, fez por encomenda a música tema de abertura da novela Gabriela. A novela fez um grande sucesso na programação da Rede Globo e a música também se popularizou. Tanto que, até hoje, por mais que muitos não consigam se lembrar de todas as estrofes, o refrão permaneceu na memória: “Eu nasci assim, eu cresci assim, eu vivi assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim… Gabriela”.

Logo, a Síndrome de Gabriela, não é uma síndrome comprovada pela ciência, mas um termo que ganhou popularidade por representar alguém que tem aversão à mudanças.

Sabe aquele seu amigo que mesmo percebendo que tudo está dando errado, teima e continua agindo da mesma maneira? Pois é, ele também sofre da Síndrome de Gabriela. E, além dele, existem diversas pessoas que contrariando o senso comum, preferem ser e estar onde e como estão, mesmo que isso não lhes traga felicidade.

Assim, seja por teimosia, insegurança ou medo, o indivíduo fica preso na sua zona de conforto. Como resultado, passa apenas a aceitar tudo o que chega até ele sem questionar ou pensar em uma vida diferente.

E isso pode acontecer comigo, com você, ou com qualquer outra pessoa. Pois, por vezes podemos sentir nossas vidas desbalanceadas, e é normal termos períodos de apatia. Entretanto, quando este comportamento passa a ser um hábito, aí sim podemos dizer que estamos acometidos pela Síndrome de Gabriela. E é na adoção do hábito que mora o verdadeiro perigo.

Quais comportamentos caracterizam a Síndrome de Gabriela?

Todos os comportamentos originados pela Síndrome de Gabriela têm em comum a resistência à mudança. Mas, podemos citar estes que seguem logo abaixo como sendo os mais habituais e mais fáceis de serem observados.

1. Apatia e baixa produtividade

Os indivíduos que ficam sempre na defensiva e dão desculpas para não realizarem algo diferente daquilo que já estão acostumados, geralmente são um caso crônico da Síndrome de Gabriela.

Logo, como não aparentam ter vontade ou iniciativa para mudar suas ações, apresentam sempre um ar de apatia, cansaço e desânimo. Por essa razão, é possível perceber que tanto em casa quanto no ambiente de trabalho há uma baixa produtividade. Condição que acarreta no acúmulo de tarefas ou na realização das mesmas de forma mediana.

Em outras palavras, é como se a pessoa fizesse tudo de qualquer jeito só por fazer, sem agregar valor naquilo que está sendo feito.

Portanto, tanto faz se o resultado será bom ou ruim.

Se você possui este comportamento, com certeza está seguindo um caminho de hábitos que o levarão direto para a Síndrome de Gabriela. Nesse caso, a minha dica é pare, pense e avalie com cuidado as suas ações.

Muitas vezes, mudar de ares ou de emprego pode ser o impulso que você precisava para sair dessa crise. Veja a mudança como uma oportunidade e comece a preparar o seu emocional desde já. Assim, quando chegar o momento planejado para a mudança, você estará mais preparado para lidar com tudo que virá a partir dela.

2. Comportamentos negativos relacionados à atribuição de novas tarefas ou novos métodos

Quem tem a Síndrome de Gabriela sempre quer fazer tudo da mesma forma, seguindo o mesmo esquema e através do mesmo método. Porém, bem sabemos que dentro de uma empresa as coisas não acontecem bem assim.

Logo, se você torce o nariz quando o seu chefe lhe dá uma nova função ou reclama quando precisa aprender um novo método, com certeza você não terá futuro nesta organização. Já pensou nisso?

Hoje, dada a alta concorrência e as novas exigências do mercado de trabalho, o indivíduo que deseja se encaixar precisa ter um perfil mais dinâmico, criativo e prático. Portanto, pessoas que não se aperfeiçoam e que tem aversão à mudanças, costumam ser deixadas para trás. Nesse contexto, ou são largadas em funções “mecânicas”, sem perspectiva de crescimento, ou são lançadas novamente ao mercado.

Acredito que assim como eu, você não deseja ter esse futuro.

Então, mude a forma como encara suas novas atribuições, mostre que é uma pessoa apta, e que está sempre pronto para aprender e evoluir. Aceite a mudança, aperfeiçoe-se por meio dela, e mostre para o seu chefe que você está pronto para subir para o próximo nível.

3. Irritabilidade e atritos em casa e no trabalho

Assim como no trabalho, o convívio familiar também exige adaptações. Mas, infelizmente, quem tem a Síndrome de Gabriela, dificilmente aceita mudar, e isso torna-se um problema para todos os seus relacionamentos.

Afinal, se a sua forma de agir ou pensar vai contra aquilo que os outros consideram mais aceitável ou normal, é bem provável que em algum momento todos se irritarão e o deixarão sozinho. Não necessariamente pelo que você faz ou pensa, mas sim pela sua falta de consciência e consideração relacionada à forma de viver e pensar das outras pessoas.

Pense da seguinte forma: se você impõe os seus desejos e vontades e nunca cede, agindo como se o seu ponto de vista fosse sempre o mais correto, sufoca e inibe os desejos e vontades dos seus familiares e colegas de trabalho. Assim, seu comportamento passa a causar rejeição e todos sentem-se desconfortáveis na sua presença. Situação que acarreta em atritos e traz desgaste aos seus relacionamentos.

Portanto, se percebeu que os relacionamentos em casa e no trabalho estão cada vez mais difíceis e que todos se afastaram de você, avalie as suas ações. Às vezes, uma simples conversa já é capaz de revelar todos os problemas e indicar todas as mudanças que você precisará fazer para melhorar suas relações interpessoais.

Não aja como um “burro empacado”. Mude internamente e perceba como tudo mudará ao seu redor.

Como vencer a Síndrome de Gabriela?

Primeiramente, cuide do seu desenvolvimento pessoal e invista em autoconhecimento. Observe seus hábitos e comportamentos, descubra seus pontos de melhoria e ouça o que as pessoas tem a lhe dizer.

Não tenha medo de perguntar em que pode melhorar. Afinal, muitas vezes, vivemos no automático e não percebemos que temos hábitos que prejudicam nossa mudança interior e exterior.

Por esse motivo, quando permitimos que os outros deem seu parecer, descobrimos que o que parecia certo, na verdade estava errado. E, é a partir desta constatação, que aprendemos a policiar nossas ações e buscamos melhorar um pouquinho a cada dia.

Nesse contexto, o importante é admitir que tem comportamentos prejudiciais e aceitar que para ter uma vida melhor, precisará passar pelo processo de mudança. Mas, aqui cabe salientar que hábitos não são perdidos da noite para o dia e que mudar nunca é uma tarefa fácil.

As mudanças ocorrerão lentamente, e serão percebidas também lentamente. Somente assim, serão integradas ao seu “novo eu” e passarão a fazer parte da sua vida. Toda mudança rápida demais pode se converter em retrocesso e no retorno da Síndrome de Gabriela. Portanto, dê tempo ao tempo.

Comece pelo básico, cuide do seu interior e vá, pouco a pouco adquirindo hábitos que trarão sucesso para a sua carreira, e paz, harmonia e prosperidade para o seu lar.

E quanto a você: Lida bem com a mudança ou vive como refém da Síndrome de Gabriela?

Me conta nos comentários!

 Sirlei StoccheroMentora Internacional