Já se perguntou o que leva as pessoas a decidirem arriscar recursos e suas vidas pacatas e tranquilas para partirem em busca do sonho do empreendedorismo?

Acredite, quem escolhe este caminho não o faz sem antes definir com certeza o que quer para si, mas muitas vezes, também o faz sem avaliar bem se já está mentalmente pronto para lidar com tudo que está por vir ou se o momento escolhido é o mais oportuno. E é neste ponto que o indivíduo pode surpreender-se com os seus resultados ou cair em desespero diante dos mais diferentes problemas e obstáculos que encontrará em seu caminho. E não descrevo este cenário por pensar que realmente existe um momento perfeito em que a pessoa estará totalmente equilibrada para realizar tal feito, mas sim, porque sei que sem uma avaliação criteriosa das condições em que se vive, uma definição clara das metas que já podem ser alcançadas e um plano de ação para viabilizar o cumprimento do que foi estabelecido, torna-se difícil colocar tudo em prática de forma a se alcançar o êxito. Neste contexto, a chance de que um erro de abordagem transforme este momento de libertação em um pesadelo sem fim é muito grande e pode acarretar em consequências físicas e mentais, criando um bloqueio e a ampliação do sentimento de incapacidade e falha relacionada à decepção diante desta primeira investida.

Como não existe uma técnica milagrosa ou um segredo que torne a transição mais fácil, o ideal é sempre a avaliar com cuidado se já é possível investir e iniciar o negócio enquanto ainda está sob a segurança de um emprego formal, ou se já é viável desvincular-se dessa segurança para dedicar-se única e exclusivamente ao objetivo principal, que é empreender e ter a liberdade para comandar um negócio que tem “a sua cara”. Para tanto, é preciso considerar que além das condições financeiras, existem algumas questões que precisam ser respondidas e avaliadas com muito zelo, antes mesmo de iniciar o processo, e dentre estas pode-se citar: O que motivou a sua escolha? Qual o seu nível de conhecimento para oferecer este produto ou serviço? Qual a conexão entre você e o objeto de sua escolha? Qual será o seu público-alvo? Onde está o seu público-alvo? Quando você conseguirá começar? Onde você irá começar? De quantas pessoas você precisa para iniciar suas atividades? E além destas questões, dependendo da área de atuação escolhida, surgirão muitas outras antes ou depois do início das atividades, sendo, portanto, primordial, sempre atentar-se à todas as exigências levantadas no planejamento, evitando, desta forma, cair na armadilha de “dar passos maiores que a perna”.

E agora voltamos à pergunta: Por que vale a pena e por que tantas pessoas escolhem este caminho?

A verdade é que não existe uma única resposta, o que existem são motivações que fazem desta escolha quase que “um lugar comum”. Pense bem… Talvez o indivíduo tenha guardado um sonho dentro de si e planejado por anos o momento em que poderá colocá-lo em prática; talvez tenha tido uma ideia espetacular que poderá revolucionar o mercado e agora chegou o momento de transformá-la em algo real; talvez tenha percebido, dentro de sua área de atuação, uma oportunidade ainda pouco explorada ou formas inovadoras de “fazer o que já faz bem”, de forma autônoma e com mais eficiência; talvez tenha descoberto sua verdadeira vocação e finalmente encontrou a condição ideal para fazer o que ama, beneficiando, ao mesmo tempo, outras pessoas; talvez já não se sinta seguro no emprego e tenha estabelecido metas para minar-se de qualquer imprevisto que possa acontecer; talvez sinta que seus conhecimentos não estão sendo bem aproveitados no emprego atual e por este motivo, resolveu fazer uso deles, por conta própria; talvez por não ganhar o suficiente resolveu arriscar-se no mundo do empreendedorismo, visando garantir melhores condições de vida para a sua família. E por último e não menos importante, podemos citar as inquietações que fazem parte da vida de uma grande parcela da população, oferecendo como exemplos: a desvalorização profissional com referência à cargos e salários, a “síndrome do domingo à noite” que traz desânimo e faz com que muitos passem a avaliar suas vidas, o desejo de fazer algo que toque o coração ou de seguir um caminho que promova autorrealização, a vontade de ganhar mais tempo para dedicar-se à família e também para fazer o que gosta, a necessidade de sentir-se desafiado e instigado a fazer sempre mais tornando tudo maior e mais significativo, o anseio por mais liberdade de decisão e autonomia e a possibilidade do aumento de ganhos financeiros para organizar melhor a vida e ter uma aposentadoria mais segura e independente.

Acredito que agora, tudo começa a fazer sentido, não é mesmo? A verdade é que seja como empregado ou como empreendedor deve-se ter em mente que a ideia de estabilidade e segurança é ilusória. Um empregador pode simplesmente decidir que não quer mais ter em seu quadro de colaboradores determinado funcionário porque considera que não faz o suficiente ou não sabe o suficiente, optando pela substituição por alguém que tenha uma maior especialização na área, ampliando as possibilidades da própria organização. Em outra perspectiva, os gestores da organização podem decidir que não desejam mais manter seus funcionários de longa data, por estarem há muito tempo na empresa e representarem um custo elevado devido ao valor dos seus salários, substituindo-os, portanto, por indivíduos mais jovens, especializados e “baratos”. Neste caso, me refiro a pequenas, médias e grandes organizações, porém, quando paramos para pensar nas microempresas e empresas familiares, podemos citar desde questões relacionadas à contratações visando apenas o crescimento da família (que não é via de regra, mas acontece) até situações mais complexas envolvendo desorganização administrativa e desvalorização pessoal e profissional. Portanto, independentemente do local onde o indivíduo atua, nada é garantido e de uma hora para outra tudo pode mudar.

Para o novo empreendedor podem surgir pressões geradas pela instabilidade econômica ou devido à alta concorrência, desvios e erros oriundos da falta de experiência, da pouca ou ineficiente mão-de-obra e da baixa disponibilidade de recursos financeiros ou de insumos e matérias-primas para a fabricação dos produtos, e os mais variados problemas relacionados à administração e ao aprimoramento contínuo das operações. Tendo em vista estas questões, passados os transtornos iniciais, tudo pode se estabelecer e ficar bem ou ir à ruína. O resultado final sempre dependerá das estratégias adotadas diante das intempéries e do desejo do empreendedor de fazer seu negócio dar certo.

Seguindo toda a linha de raciocínio elaborada até o momento é possível perceber que o empreendedorismo pode ser uma escolha por necessidade ou por desejo pessoal, mas ainda sim, representa oportunidades sem igual para aqueles que desejam moldar e escrever sua história seguindo seus próprios termos, valores e motivações. Afinal, melhor que aguardar pelo melhor momento é fazer de qualquer momento o momento ideal, para aprender, crescer e desbravar um mundo novo através de suas próprias descobertas, erros, acertos e revelações.

E então, está pronto para iniciar a sua jornada rumo ao autoconhecimento e autorrealização? Me conta nos comentários como foi ou como está sendo a sua experiência como empreendedor!

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