O que é autoestima?
A palavra autoestima tem relação direta com o nosso senso subjetivo. Representa, em suma, a forma como enxergamos nosso valor pessoal. Portanto, pode ser definida como o quanto apreciamos quem somos ou gostamos de nós mesmos, independentemente das circunstâncias.
Quando mantemos nossa autoestima elevada em níveis saudáveis, adquirimos diversos elementos que fazem muita diferença para o nosso bem-estar, tais como:
- Autoconfiança: sentimento de confiança relacionado a habilidades, capacidades e dons que nos permite fazer uso de nossas qualidades em prol do nosso desenvolvimento;
- Sentimento de segurança: ocorre quando nos sentimos seguros e confiantes perante situações, condições ou pessoas;
- Identidade: conjunto de atributos que dão características a uma pessoa. São aspectos próprios e exclusivos que fazem o indivíduo reconhecer a si mesmo como sendo ele próprio e diferente dos demais;
- Sentimento de pertencimento: é a sensação positiva que temos quando estamos junto a pessoas ou em determinados lugares. Mesmo porque, somos mais felizes quando fazemos parte de um grupo e percebemos que nossas ações e presença fazem diferença.
- Sentimento de competência: surge da convicção de que estamos prontos e temos capacidade suficiente para realizarmos objetivos e lidarmos com os obstáculos que surgirão em nosso caminho.
- Autorrespeito: é o nosso respeito em relação a quem somos e a tudo que representamos.
Por que a autoestima é importante?
A autoestima pode afetar, diretamente, relacionamentos, nossa saúde física e emocional, nosso bem-estar, bem como a nossa capacidade de fazer escolhas. Afinal, quando não acreditamos em nossas capacidades temos dificuldade para tomar decisões importantes. Assim, surge um bloqueio que nos impede de agir com convicção e otimismo.
Além disso, influencia também a nossa motivação, pois, como não conseguimos enxergar nosso potencial, passamos a temer novos desafios. Motivo pelo qual, evitamos qualquer atividade que exija mais de nossas competências e preferimos nos isolar a tentar aprender algo novo.
Se essa sensação tem sido comum para você, cuidado! Este é um forte sinal de que sua autoestima está baixa. Sendo assim, é sempre bom pensar sobre a forma como está levando a sua vida e buscar compreender o que está faltando nela.
Em contrapartida, pessoas com uma autoestima saudável, raramente duvidam de si mesmas e sempre agem diante de situações boas ou ruins. Pois, encaram a vida de frente e carregam consigo crenças que ativam, positivamente, seus dons e habilidades.
Tipos de autoestima
Pessoas com a autoestima saudável possuem as seguintes características:
- Acreditam em suas habilidades e capacidades;
- Não ficam remoendo acontecimentos ou experiências negativas do passado;
- Não possuem sentimentos de inferioridade quando se comparam às outras pessoas, pois veem todos como iguais;
- Sabem dizer não, não esperam por aprovação e possuem uma visão positiva sobre a vida;
- Aceitam suas qualidades da mesma forma pela qual aceitam e buscam melhorar seus defeitos;
- Como possuem um relacionamento saudável com quem são, compreendem com mais facilidade, quem o outro é. Desta forma, fortalecem seus relacionamentos interpessoais e formam laços fortes de carinho e amizade;
- Têm expectativas realistas e apropriadas de si mesmas e por esta razão, raramente são atingidas por grandes frustrações relativas a desempenho;
- Ocupam cargos que fortalecem suas habilidades, pois sempre estão dispostas a evoluir e crescer e não temem novos desafios;
- Compreendem suas necessidades e sempre buscam formas de expressá-las ou adotam ações capazes de saciá-las.
Ao contrário, pessoas com baixa autoestima:
- Fogem da ação como forma de prevenir a frustração e o fracasso;
- Não possuem segurança sobre suas habilidades, portanto, raramente tentam realizar seus objetivos;
- Tem dificuldades para dizer não e raramente estabelecem limites;
- Sentem medo, dúvida e preocupação frequentemente;
- Possuem uma visão pessimista da vida e se desesperam quando não conseguem ter controle sobre condições e situações;
- Se consideram inferiores aos outros, portanto, sentem desconforto ou desconfiança quando são elogiadas;
- Nunca priorizam suas necessidades, pois, consideram que as necessidades de seus próximos devem vir em primeiro lugar;
- Como não se sentem bem consigo mesmas, acreditam que os outros não se sentirão bem com suas presenças, por isso, têm dificuldades para expressar necessidades, emoções e sentimentos. Condição que prejudica todos os seus relacionamentos;
- Ocupam cargos com funções mecânicas, repetitivas, com pouca variação e pouco desafiadoras;
- Não confiam em si próprias e, em muitos casos, podem ter problemas de autoimagem. Por esta razão, se isolam e sentem que não merecem atenção e não são dignas de receber amor.
Existem também pessoas que possuem uma autoestima exageradamente elevada (excessiva), o que pode ocasionar em pouco realismo diante de habilidades e capacidades individuais.
Características de pessoas com autoestima excessiva:
- Superestimam suas habilidades e capacidades e praticam ações que estão além daquilo que conseguem realizar;
- Se sentem no direito de ter sucesso e podem agir de má fé, prejudicando outras pessoas para alcançar seus objetivos;
- Acreditam, sempre, que são superiores e melhores que os outros indivíduos;
- Não evoluem e nem buscam por aperfeiçoamento, pois, já se consideram prontas e perfeitas;
- Usam o carisma para alcançar cargos de maior prestígio, mas diante da falta de aprimoramento e conhecimento tendem a se perder em meio às funções;
- Persistem em seus erros por acreditarem que terceiros ou fatores externos atrapalharam suas ações. Uma vez que, consideram que suas atitudes e decisões estão sempre corretas.
Casos de autoestima excessiva podem ter um diagnóstico de doença mental ou de Transtorno de Personalidade Narcisista. Isto posto, é sempre importante consultar um profissional que possa fornecer um diagnóstico mais preciso, dependendo do comportamento observado.
Fatores que afetam a autoestima
Existem diversos fatores que pode afetar a autoestima de um indivíduo, mas, acredito que os mais comuns sejam os seguintes:
1. Pessoas e ambiente tóxicos:
Todo e qualquer ambiente representado, por exemplo, pela nossa casa, pela escola ou outro local dentro da comunidade, no qual exista algum tipo de agressão verbal ou física, prejudica, e muito, a nossa autoestima. Logo, é preciso afastar-se de pessoas ou ambientes tóxicos que envenenam a visão que temos de quem somos e das nossas habilidades.
2. Incapacidades:
Indivíduos com alguma limitação física ou mental, mesmo que pequena, podem se sentir desmotivados ao tentarem realizar atividades mais complexas. Afinal, ao se compararem aos demais, percebem que não conseguem obter os mesmos resultados e começam a sentir frustrações diante de suas reais capacidades.
3. Genética:
Alguns pesquisadores acreditam que a autoestima carrega traços genéticos. Portanto, mães e pais com baixa autoestima podem vir a ter filhos com baixa autoestima. Claro que, para muitos casos, devemos considerar as questões comportamentais que comprometem o desenvolvimento.
Mesmo porque, temos que concordar que em um ambiente onde os pais vivem com o tem, fazendo o pouco que acreditam que são capazes de fazer, é comum que os filhos adotem estes padrões de comportamento como normais e passem a agir da mesma forma.
Por outro lado, existem fatores genéticos que afetam o desenvolvimento e em alguns casos, a autoestima. Mas, neste contexto, estariam mais relacionados com questões de autoimagem ou dificuldades para realizar atividades do dia a dia.
4. Condição socioeconômica:
Indivíduos de baixa renda costumam ter baixa autoestima por sentirem que estão abaixo daqueles que detém algum poder ou influência. Assim, tendem a desvalorizar quem são e não buscam por mudanças, pois acreditam que não tem capacidade suficiente para mudar. Vivem com o básico por carregarem a crença de que somente os ricos conseguem conquistar um lugar ao sol, enquanto que, para os demais, o que vier, é merecido.
Em outro viés, existem também pessoas de classe média e alta com baixa autoestima que consideram que não merecem aquilo que tem. Assim como, pessoas de classe média e alta que pensam que merecem mais do que o que tem e que possuem mais que o necessário para alcançar ainda mais. Neste caso, os vários “mais” podem representar uma autoestima excessivamente alta, caso esteja fora da realidade, ou autoestima saudável, caso derivem de competência e habilidade.
5. Padrões de pensamento e preconceito:
Hoje em dia é comum ouvirmos falar sobre agressões por divergência de pensamentos ou preconceito a cor, raça ou credo. E estes são fatores que afetam negativamente a autoestima de qualquer indivíduo. Sobretudo, quando observamos a quantidade de pessoas que são deixadas de lado, ofendidas, agredidas ou rebaixadas por serem ou pensarem diferente dos demais.
Atitudes como estas não afetam somente a autoestima, mas também o convívio social das pessoas que sofrem preconceito. Pois, diante da falta de consciência do outro, estas precisam aceitar e aprender a conviver com os demais, mesmo diante do desrespeito e da falta de apoio.
6. Crenças limitantes:
Quando ouvimos dos outros que não somos capazes de alcançar nossos objetivos e passamos a acreditar nisso, bloqueamos nosso desenvolvimento.
Muitas vezes, as pessoas colocam ideias na nossa mente, que mesmo na infância, ficam guardadas em nossa memória e nos acompanham por toda a nossa vida.
Por sua vez, essas crenças nos fazem duvidar de nossas habilidades e criam obstáculos em nossos caminhos. Condição que limita motivações e ações. Em especial, porque geram frustração antes da decisão. Por este motivo, o indivíduo evita fazer escolhas e deixa seus objetivos de lado, para não precisar lidar com resultados negativos.
Como melhorar a autoestima
Se você sente que está passando por algum problema relacionado a sua autoestima, seguem abaixo algumas dicas que podem te ajudar:
1. Adquira consciência sobre os seus pensamentos:
Aprenda a identificar pensamentos distorcidos ou crenças limitantes que afetam sua autoestima;
2. Desafie seus padrões de pensamento:
Ataque seus pensamentos negativos com outros positivos ou mais realistas. Exemplo: ao invés de pensar: “não consigo fazer isso”, pense: “eu consigo, vou tentar e melhorar em cada tentativa”;
3. Pratique conversas internas positivas:
Transforme a ação de fazer afirmações positivas a si mesmo como hábito. Acorde de manhã, olhe sua imagem refletida no espelho e comece o dia elogiando algo que vê em você. Após isso, enquanto realiza as atividades programadas da sua semana, elogie aquilo que fez bem. Aprecie mais suas qualidades e deprecie menos suas falhas. Busque o equilíbrio.
4. Pratique a autocompaixão e o autoamor:
Aprenda a perdoar os erros do passado e seja mais gentil consigo mesmo. Você só seguirá em frente quando descobrir formas de abandonar o que te atrasa e começar a amar quem é em sua totalidade.
E então: como está a sua autoestima?
Me conta nos comentários!