Brasil X Estados Unidos: diferenças dos hábitos de compra e consumo
Os hábitos de compra e consumo são intrinsecamente entrelaçados com a cultura de um país e suas nuances sociais, econômicas e geográficas.
Tratando-se de compras diárias, especificamente, quando viajamos para outros países, é comum notarmos diferenças tanto relacionadas a quantidades de compras quanto aos hábitos alimentícios e quantidade de produtos consumidos.
Pois, enquanto em alguns países há, por exemplo, uma divisão de refeições mais semelhante aquela na qual nos habituamos no Brasil, onde há um predomínio do almoço em relação ao café da manhã e ao jantar. Em outros países, o café da manhã é visto como a refeição mais importante do dia e pode, até mesmo, ser divido em dois ou mais horários diferentes antes, ou após o meio-dia.
Logo, ao examinarmos os hábitos de compra e consumo do Brasil e dos Estados Unidos, encontramos uma variedade de diferenças que refletem não apenas as preferências individuais dos consumidores, mas também as características únicas de cada nação.
Sendo assim, para demonstrar como tudo funciona na prática, seguem, neste artigo, algumas diferenças que irão ajudá-lo a compreender melhor como cada hábito define os costumes e a cultura desses países.
Hábitos de compra e consumo e preferências nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, país conhecido por seu ritmo acelerado e cultura de conveniência, os consumidores tendem a valorizar a praticidade e eficiência diária.
Condição que torna os hábitos de compra e consumo mais voltados a aspectos relacionados à quantidade e à variedade.
Em vista disso, quando caminhamos ou passeamos pelas cidades americanas é fácil perceber a grande popularidade de grandes redes de supermercados, como Walmart e Costco, onde os consumidores podem encontrar uma variedade de produtos a preços competitivos, muitas vezes, em grandes volumes.
O mesmo ocorre quando observamos os hábitos alimentares diários, pois como os americanos vivem em um ritmo acelerado, optam, geralmente, por lanches rápidos no horário que, para nós brasileiros, seria o do almoço. Isso acontece porque, para eles, esse horário é reduzido. Logo, a refeição precisa ser tão rápida quanto o “tempo do lanche”.
Hábitos de compra e consumo e preferências no Brasil
Por outro lado, no Brasil, onde as relações sociais e a vida comunitária desempenham um papel significativo, os hábitos de compra são frequentemente influenciados por uma abordagem mais pessoal e relacional.
Os consumidores brasileiros têm uma tendência maior a comprar em pequenas lojas locais, feiras livres e mercados de bairro, onde podem interagir diretamente com os vendedores e valorizar a qualidade dos produtos frescos.
Afinal, como temos hábitos de compra e consumo diferentes dos americanos e não compramos em grandes volumes, a não ser quando precisamos realizar a compra bruta do mês, normalmente, nossas compras são mais regulares e “baratas”, tendo como foco suprir a necessidade de refeições do dia ou da semana.
Hábitos de compra e consumo e frequência nos Estados Unidos
Conforme informei, brevemente, algumas linhas acima, nos Estados Unidos, é comum fazer compras em grandes volumes, muitas vezes, semanalmente, ou até mesmo mensalmente, aproveitando as promoções e descontos oferecidos pelas grandes redes de supermercados.
Isso acontece porque os americanos têm uma tendência a estocar alimentos e produtos não perecíveis, utilizando espaços de armazenamento em suas casas para manter suprimentos para o futuro.
No entanto, ao contrário da “despensa” que formamos aqui no Brasil, o sistema de estocagem americano é muito mais amplo e inclui embalagens e quantidades gigantescas de alimentos. Hábitos de compra e consumo que, para nós, parecem ser um grande exagero.
Porém, para eles, se refletem, na verdade, em economia e segurança, pois tais produtos costumam ficar num preço bem menor quando comprados em grandes volumes e devido à durabilidade, tornam-se uma opção altamente viável no médio e longo prazo.
Hábitos de compra e consumo e frequência no Brasil
Enquanto isso, no Brasil, onde a disponibilidade de espaço de armazenamento pode ser mais limitada em muitos lares, os consumidores tendem a fazer compras com mais frequência, muitas vezes, em pequenas quantidades para consumo imediato.
Mesmo porque, nós, brasileiros, temos um verdadeiro apreço por produtos frescos e do dia. Portanto, não renunciamos a datas importantes da semana como, por exemplo, a “terça-feira do pão, a quarta-feira do hortifruti e a sexta-feira da carne”.
Ademais, é importante destacar que, tendo em vista nossos hábitos de compra e consumo, passamos longe de produtos enlatados comuns nos Estados Unidos, tais como feijão, carnes e vegetais.
Motivo pelo qual, sempre temos em casa frutas, legumes e carnes, adquiridos, diária ou semanalmente, em feiras locais e mercados de bairro.
Hábitos de compra e consumo e influências culturais e econômicas nos Estados Unidos
As diferenças nos hábitos de compra também refletem as influências culturais e econômicas de cada país.
Nos Estados Unidos, uma economia baseada no consumismo e na conveniência, os consumidores são frequentemente bombardeados com anúncios e promoções que incentivam o consumo em larga escala.
Além disso, vale deixar em evidência que a renda costuma ser muito mais adequada ao consumo nesse país. Pois, como a inflação é bem menor, gerando pouco impacto na flutuação de preços, compra-se muito mais produtos com muito menos renda.
Hábitos de compra e consumo e influências culturais e econômicas no Brasil
Por outro lado, no Brasil, onde a desigualdade econômica e social é mais pronunciada, os hábitos de compra e consumo podem ser moldados por considerações financeiras e orçamentárias.
Em outras palavras, nós, brasileiros, precisamos ponderar muito mais antes de adquirir um produto, pois, devido à nossa realidade econômica, na maior parte das vezes, nossa renda não é suficiente para suprir todas as nossas necessidades.
Logo, optamos por marcas e produtos que cabem em nosso bolso e, ao realizarmos nossas compras, deixamos nossos desejos de lado, focando somente no que é essencial para nós e para nossas famílias.
Afinal, como brasileiros, podemos discordar de muitas coisas, mas sempre há e houve um consenso: “fazer o mercado”, no Brasil, é muito caro.
Sirlei Stocchero – Mentora Internacional