Líder com síndrome do pequeno poder: Como lidar com esse problema?
A síndrome do pequeno poder é um comportamento que pode afetar, negativamente, tanto funcionários quanto líderes de uma organização.
Mas, não se engane imaginando que tudo se restringe ao ambiente profissional. Pois, tal comportamento pode ser visto também na vida em casa e no meio social. Afinal, quem sofre dessa síndrome não se limita a causar danos apenas durante o expediente de trabalho e pode ocasioná-los por toda uma vida.
Melhor explicar do se trata, não é mesmo? Então vamos adiante…
A síndrome do pequeno poder é caracterizada por um comportamento autoritário e arrogante por parte de indivíduos que possuem algum nível de poder ou autoridade, mas que se sentem inseguros em relação à sua posição (na sociedade) ou papel dentro da organização. Mas também pode ser observada em pessoas que possuem um poder limitado e por isso, agem de maneira autoritária ou controladora para compensar a falta real de poder.
Para facilitar o entendimento, vou citar alguns exemplos no tópico a seguir.
O que caracteriza a síndrome do pequeno poder?
Imagine você no papel de líder de uma equipe, tendo que lidar com a sua posição de liderança, sem ter segurança em seus atos ou confiança em seus instintos. Logo, para se sentir superior e em posição mais alta, você é autoritário e usa de agressões verbais para se sobrepor aos outros.
Ou então, imagine-se na pele de outro líder, no entanto, com um papel menor na empresa, mas que tem mania de grandeza e acha que pode ser, representar e fazer muito mais do que aquilo que, de fato, lhe pertence ou lhe cabe. E por isso, desconta, sua ausência de poder, em cima daqueles que estão em um nível hierárquico mais baixo, causando desconforto e mal-estar.
Concorda comigo que são duas situações difíceis vindas de duas personalidades altamente desagradáveis?
O pior de tudo é que isso é muito comum e acontece com grande parte dos líderes que aceitam cargos sem terem perfil de liderança.
Agora, com essas observações em mente, é fácil chegarmos a conclusão de que indivíduos que sofrem da síndrome do pequeno poder, precisam buscar uma forma de compensar suas dificuldades.
Motivo pelo qual, muitas vezes, tentam disfarçar a falta de confiança e autoestima exibindo comportamentos controladores e autoritários. Ação que traz péssimos resultados em matéria de produtividade e cria relacionamentos tóxicos e passivos no ambiente organizacional.
Portanto, se percebeu que isso está acontecendo com você e se seus colegas de trabalho também sentem o mesmo, tome uma atitude. Contudo, se ainda não sabe que argumentos utilizar a seu favor, deixo aqui algumas consequências negativas que a síndrome do pequeno poder causa nas organizações.
Talvez com isso em mãos, sua equipe de trabalho consiga se livrar, de vez, daquele líder desagradável que não gera resultados e só sabe agredir seus subordinados.
Consequências negativas da síndrome do pequeno poder
1. Síndrome do pequeno poder e baixa produtividade
Quando um líder ou gerente age de maneira autoritária e controladora, pode levar seus subordinados a se sentirem desmotivados e desencorajados a trabalhar.
Você pode notar isso com uma maior facilidade ao levantar o número de pessoas que apresentaram atualmente atestados, pela quantidade de indivíduos que pediram demissão ou avaliando a soma de membros da sua equipe que pararam de se dedicar ao trabalho.
Estes apontamentos, em conjunto, são a prova de que algo na empresa não está bem. Logo, a baixa produtividade da sua equipe e as consequentes quedas de desempenho podem ter sido ocasionadas pela toxidade das relações no ambiente profissional.
E essa é uma informação valiosa que precisa ser levada para o proprietário da empresa ou para alguém que esteja acima do indivíduo com síndrome do pequeno poder.
Mesmo porque a desinformação pode custar caro para a sua equipe e nenhum empresário deseja ter, como líder, alguém autoritário que só sabe humilhar e diminuir seus subordinados.
Sendo assim, junte-se aos seus colegas, crie uma defesa e faça a sua parte.
2. Síndrome do pequeno poder e falta de comunicação
A síndrome de pequeno poder pode levar um líder a não ouvir a opinião dos membros da equipe ou a não permitir que outros expressem suas ideias.
Condição que pode impedir você e os seus colegas de trabalho de subirem de cargo dentro da organização. Pois, aquele que não se destaca no desempenho de suas funções, nunca será visto, nem muito menos ouvido.
Se sente que já está sofrendo as consequências deste padrão negativo de comportamento, a exemplo daquilo que discutimos logo acima, procure por ajuda. Ou, se considerar que cabe alguma argumentação, force a sua participação ativa e convide seus colegas a fazerem o mesmo.
Assim, toda vez que o líder autoritário tentar dominar uma reunião, será obrigado a ouvir porque todos estarão fazendo o possível para participar também.
Contudo, vale destacar que, caso este líder seja muito mais que autoritário, mas também grosseiro e agressivo, esse tipo de tática, provavelmente, não irá funcionar.
O que nos leva novamente a necessidade de denúncia. E não há nenhum problema nisso. Pois, você, além de fazer parte de uma equipe, é também membro da organização e por isso, tem direito de fala. Sendo assim, para o seu bem, para o bem de seus colegas e pelo bem da empresa, faça uso desse direito.
3. Síndrome do pequeno poder e clima organizacional ruim
O comportamento autoritário de um líder pode criar um ambiente de trabalho desagradável e tenso, afetando negativamente o clima organizacional.
Acredito que, assim como eu, você já deve ter trabalhado, em algum momento, com alguém que vivia dando ordens, que era grosseiro e que não tinha a mínima consideração ou respeito pelos outros. Talvez esteja passando por isso agora mesmo e não veja saída para o seu problema.
No entanto, posso lhe afirmar que existem inúmeras saídas e que você merece algo melhor para a sua vida.
No meu caso, era o meu antigo chefe que possuía a síndrome do pequeno poder e como não tinha a quem recorrer, tive que pedir demissão. E para mim foi um livramento, pois consegui um emprego bem melhor após abdicar deste.
Contudo, se essa não é uma opção para você, a melhor estratégia é ficar o mínimo de tempo possível perto desta pessoa, evitando assim, que o clima organizacional prejudique a sua saúde emocional.
Mas, se não for possível, o melhor a fazer é chamar seus colegas, novamente preparar argumentos e levar o caso para quem pode cuidar dele.
Lembre-se de que ambientes tóxicos geram conflitos também entre membros de uma mesma equipe. E isso acontece devido à tensão e cobranças geradas no trabalho.
Por essa razão, para não chegar a esse ponto, tome uma decisão assertiva e faça o melhor por você e também por aqueles que trabalham ao seu lado.
4. Síndrome do pequeno poder e funcionários depressivos e com baixa autoestima
Líderes que sofrem com a síndrome do pequeno poder, tendem a se sentir maiores quando rebaixam o valor daqueles que estão abaixo deles, na hierarquia da empresa.
E nem preciso elencar para você o quanto isso é prejudicial para a autoestima e autoimagem dos funcionários, certo?
Imagine você acordando todo dia de manhã e se preparando para um dia exaustivo de trabalho sabendo que, de alguma forma, será humilhado pelo seu líder direto.
Eu ficaria extremamente desanimada e muito provavelmente, desejaria não pisar na empresa novamente.
No entanto, bem sabemos que nem sempre o que desejamos se converte em ações. Pois, na maioria das vezes, precisamos do emprego e não temos outra alternativa para o momento a não ser suportar e tolerar tais comportamentos.
Mas, se você estiver vivendo essa situação, deixo aqui um alerta: não permita que isso vá além do limite que você pode suportar.
Entenda que sua saúde e bem-estar valem muito mais que o seu emprego e você merece e deve ser tratado com respeito em todos os ambientes.
Portanto, aja, rebata agressões, revide usando a lei e os seus direitos e nunca permita que um alguém qualquer tente lhe colocar em um lugar pequeno demais para você.
A síndrome de pequeno poder só afeta aqueles que se submetem a ela. Então, mostre que você é mais forte e nunca se submeta.
E agora me conta: Já sofreu abusos vindos de alguém com essa síndrome? O que fez para contornar essa situação?
Divida conosco a sua experiência!