Modelo de Experimentação Empresarial

O Modelo de Experimentação Empresarial não é novidade e hoje é percebido como parte do processo de desenvolvimento das organizações.

As novas exigências do mercado em termos de humanização do trabalho e valorização do funcionário como indivíduo, podem parecer pouco relevantes para muitos empresários das mais diferentes organizações, porém, têm representado um grande diferencial para muitas empresas que enxergam nos seus colaboradores o caminho para a realização de grandes objetivos e para a inovação.

Pense, por exemplo, em empresas como Zappos.com, que hoje faz parte do grupo da Amazon, após ter sido comprada por um valor próximo a 1,2 bilhões de dólares. Segundo Jeff Bezos (fundador da Amazon) não foi a variedade de sapatos que tornou a empresa interessante e atrativa. Aos olhos dele, o grande diferencial da Zappos estava representado em toda a sua cultura empresarial voltada ao prazer do trabalho e ao incentivo à experimentação. Os funcionários da empresa são altamente produtivos, pois percebem que suas habilidades e personalidades são valorizadas. O setor de Call Center é muito elogiado pelo bom e rápido atendimento e os demais setores compartilham suas ideias e as colocam em prática, sem medo de julgamentos ou represálias, caso as mesmas não alcancem o resultado esperado. Afinal, o objetivo principal é experimentar, inovar e surpreender.

Experimentar é inovar!

E experimentar não é novidade. A todo momento estamos experimentando coisas novas, testando nossa aptidão em novas atividades, saboreando comidas diferentes, adquirindo novos hábitos e estilos, aperfeiçoando habilidades e desde a nossa infância, somos incentivados a testar, criar e experimentar tudo ao nosso redor.

Então por que será que há tanta resistência por parte das empresas quando o assunto é deixar que a criatividade domine, garantindo liberdade de expressão e de criação para os seus colaboradores?

A resposta é na verdade muito simples. O novo assusta e muitas organizações tem medo da mudança. Gestores temem que funcionários mais espontâneos e criativos roubem seus cargos, portanto, criam regras rígidas e seguem friamente a um modelo de gestão que talvez, nos dias atuais, já não tenha mais tanta eficiência; empresários se acomodam com uma condição que para eles é confortável e preferem deixar tudo de forma estável e previsível, por temerem que algum desvio possa causar transtornos, exigindo investimentos ou adaptações; gestores de RH são contratados para seguir um modelo rígido de controle, trazendo para a organização somente membros que façam bem o trabalho mas que não modificam a forma de fazê-lo.

Enfim… a resistência cria uma prisão e a teimosia e o excesso de controle tornam-se os juízes que condenam a organização a cumprir pena e manter-se isolada, por sua própria decisão. Mas esse não é um caminho sem volta e mudanças sempre são possíveis.

Por que devemos mudar nossas estratégias?

Quando mudamos algumas estratégias organizacionais com o intuito de aproximar setores, incentivar bons relacionamentos internos e abrir caminhos para a criatividade, incentivamos os colaboradores a vestirem a camisa da empresa, através da abertura de espaços para discussão de ideias, que permitem aos mesmos o desenvolvimento de protótipos, métodos de trabalho e estratégias que visam a melhoria de algum processo interno ou externo.

Desta forma, é possível alcançar grandes resultados tanto em matéria de engajamento e dedicação quanto em inovação e melhoria contínua. E essas devem ser as prioridades para as empresas que hoje atuam no mercado.

Um funcionário valorizado é um funcionário engajado, feliz e produtivo, principalmente porque, ao perceber que seu trabalho faz diferença, ele buscará fazê-lo sempre de forma diferente, proporcionando desta forma, a criação de um cenário onde a experimentação será a chave para a criação de algo surpreendente e a inovação se transformará na porta de entrada que garantirá o progresso.

Por que adotar um Modelo de Experimentação Empresarial?

Ao adotarmos o modelo de experimentação dentro das organizações promovemos o desenvolvimento de forma menos arriscada, mas para isso, a experimentação precisa ser adotada como parte destas estratégias de desenvolvimento e não como um processo que visa apenas o atendimento de uma situação mais imediata. Dando pequenos passos, as empresas aprendem com as falhas e descobrem novas alternativas a partir delas. A ideia é prototipar, testar, construir e reconstruir, até chegar ao produto final ou a um serviço que corresponda às expectativas da empresa e do mercado.

Para tanto, faz-se necessária não só a tomada de decisões por parte do grupo de gestores como também o incentivo à criação de um ambiente mais agradável e dinâmico, que valorize as personalidades e as capacidades de seus colaboradores, bem como as suas participações em todas as etapas do processo de experimentação. Contrariando as organizações totalmente hierarquizadas e rígidas, as regras perdem espaço e a criatividade passa a ser a base que torna possível o crescimento da organização através da validação do método e do alto índice de desempenho tratando-se tanto de resultados internos (da construção de conhecimentos dentro da empresa) quanto externos (do aumento da demanda e da atratividade diante da revolução que o produto/serviço representa no mercado).

A inovação reside, portanto, em todo o processo e não somente como um resultado do trabalho desenvolvido.

E então: pronto para ajustar sua empresa em modelos de experimentação? Qual método costuma adotar quando tem como objetivo desenvolver uma ou mais ideias dentro do seu negócio?

Fonte de pesquisa: Pinheiro, Tennysson – livro Design Thinking Brasil.